PROCEDIMENTOS PARA TRABALHAR COM O “MARMOGLASS”
Definição e Características:
O Marmoglass é um material resultante de estudos da técnica da fusão da Sílica, onde a matéria prima é submetida a um processo de altas temperaturas similar as condições naturais da formação granítica, que se dão através de milhares de anos.
A seleção da matéria prima utilizada e a técnica de fusão resulta um produto com uma estrutura Cristalizada Homogênea, que é muito agradável a vista e se assemelha a estrutura de um mármore cristalino com uma dureza elevada.
O Marmoglass possui uma excelente condição de durabilidade e resistência frente as condições climáticas mais adversas. É um material inorgânico com excelente estabilidade química, inclusive quando está exposto ao sol, chuva, vento, poluição, etc., e pode ser limpado facilmente, devido a baixa porosidade e baixa permeabilidade de sua superfície, não há aderência de sujeira e poluição.
Principais Propriedades:
- Alta densidade e textura fina
- Excelente características físicas e químicas
- Resistente a ataques de alcalinos e ácidos
- Absorção zero de água
- Não emissão de radioatividade
Nota Importante:
Existem no mercado, materiais produzidos por outros fabricantes onde as características e propriedades podem sofrer variações devido a qualidade da produção e da matéria prima empregada.
O fabricante na qual a Alicante mantém um contrato de fornecimento regular, apresenta um produto de alta qualidade internacionalmente reconhecida.
As informações e orientações a seguir devem ser observadas para reduzir o risco de uma eventual quebra da peça durante o processo de beneficiamento e manipulação, bem como uma maior qualidade na apresentação do produto final.
A – ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Por tratar-se de um material mais duro que o granito, a lâmina de corte (serra), deve ser dura e bem afiada. Já existe a disposição no mercado, serras específicas para esta finalidade, desenvolvidas pelos fabricantes.
2. Durante o corte empurre com cuidado e vagarosamente a serra, lembrando que o local do corte, deve estar totalmente envolvido com água limpa em abundância.
3. A estrutura que compõe o material, apresenta microbolhas de ar e somente cerca de 0,5mm da superfície é polida e cristalizada, portanto os trabalhos na borda devem seguir orientações específicas (vide a seguir).
4. A aplicação do Marmoglass em revestimentos de fachadas, colunas, paredes externas etc, requer fixação seca com utilização de “inserts” metálicos (Parede Ventilada). Para áreas internas, pode-se realizar o assentamento com argamassa, porém respeitando limitações técnicas e de segurança. A instalação em piso pode ser realizada com argamassa de cimento branco e areia ou no cimento cola.
5. Evite usar nas paginações, peças muito grandes, o tamanho máximo sugerido não deve exceder 1,20 x 1,20. Para a utilização de peças maiores , haverá a necessidade da aplicação de uma tela protetora na parte de traz da chapa (reforço).
B – PROCEDIMENTOS PARA O DESBASTE E POLIMENTO NOS TRABALHOS DA BORDA
1. No desbaste nunca utilizar abrasivos para trabalho a seco, mas somente a água utilizando-se de ferramentas diamantadas apropriadas.
2. Aconselha-se utilizar máquina automática de polimento de bordas com abrasivos para granito ou lixadeira manual a base de água com abrasivos diamantados com revestimento cerâmico.
3. Desbastar e levigar com abrasivos finos até a granulação de 600 (sempre com água).
4. Sugere-se finalizar o polimento nesta fase, antes de aplicar a massa para estucar os poros utilizando abrasivo 800 ou lixa importada tipo MK, sempre utilizando equipamento a água. (Execute este trabalho com cuidado e precisão para não abrir novos poros no material, nem queimar a superfície já polida).
5. Para secar e limpar a superfície, deve-se utilizar jato de ar, com este procedimento procura-se limpar os micro poros abertos.
6. Para fechar os poros da chapa, deve-se utilizar massa branca (tipo Mastice, utilizado também para o mármore Bco. Thassos, da Bellinzoni ou similar) misturada com pó de mármore (Tutano).
Alguns marmoristas ainda sugerem a utilização de resina Alfa 100 FRP com Óxido de Titânio (pó branco). Misture os dois componentes até chegar na cor desejada (branco).
7. Após a secagem do componente, retirar os excessos utilizando uma lixadeira com disco de feltro limpo ou ainda pode-se utilizar o equipamento a água, tomando-se os devidos cuidados já comentados no item 4 (polimento).
Mesmo que pareça complicado, é uma operação simples e rápida. Para um bom profissional, o tempo empregado é semelhante ao tempo que se utiliza para polir uma borda de mármore ou granito.
C – PROCEDIMENTOS PARA A FABRICAÇÃO DE TAMPOS E LAVATÓRIOS
C1 – Execução de Tampos e Lavatórios com Abertura para Cuba Retangular
1. A base de apoio da chapa deve ser estável e plana, de preferência de madeira ou carpete. Utilizar máquina de corte tipo fixa. Sugerimos, para maior segurança, a utilização de peças com no máximo 200 cm no comprimento.
2. Iniciar executando quatro furos nas extremidades do retângulo (fig. 03). O furo deverá ser de D=3cm e deve ser feito lentamente em estágios (fig.02) com água limpa em abundância. O atrito da ferramenta diamantada com o “Marmoglass”, produz muito calor e deve, seja no furo como no corte, ser executado em várias passadas (sugerimos para a espessura de 1,8 cm, manejar 3 a 4 passadas)
3. Após a execução dos furos, deve-se dar início ao corte da cuba abrindo inicialmente um pequeno rasgo, procedendo conforme orientação (fig. 03).
C2 – Execução de Tampos e Lavatórios com Abertura para Cuba Oval
1. O corte deverá se realizado lentamente em etapas (fig.01) com água limpa em abundância. O atrito da ferramenta diamantada com o “Marmoglass”, produz muito calor e deve, seja no furo como no corte, ser executado em vários estágios (sugerimos para a espessura de 2cm, manejar 3 a 4 passadas). Sugerimos ainda a utilização de equipamento (serra) tipo fixa.
2. A furação da torneira também NÃO deve ser feita de uma só vez. Deve-se deixar o material resfriar um pouco antes de prosseguir com a tarefa (fig. 02).
D – ENSAIOS REALIZADOS PELO CENTRO TECNOLOGICO DEL MARMOL
(Universidade de Murcia – Espanha)
D1 – Exemplos Comparativos Realizados
1) Abertura Porosidade = 0,1% – Nos mármores de baixa porosidade este percentual está entre 0,4% e nos granitos entorno de 0,8%.
2) Variação média de planicidade através do choque térmico (mm). O Marmoglass foi submetido durante 12 horas a 105 graus e 12 horas a 20 graus, sucessivamente durante 25 ciclos e foi constatado que sua planecidade não mudou em absoluto. O material não se curvou , não expandiu e não contraiu. É apto para áreas externas e internas.
Nota Informativa:
O índice “PEI” é somente utilizado no caso de cerâmicas esmaltada. No caso do “Marmoglass” e também do Porcelanato o índice mais utilizado é o de abrasão profunda, sendo adotado uma escala de 1 a 10 onde, conforme ensaios, o Marmoglass atinge o índice de 8, superior ao porcelanato que varia entre 4 a 6 conforme os diversos produtos no mercado e também a escala de Mohs que mede o índice de desgaste superficial (risco).
Tabela comparativa de Testes de Laboratório | |||||||
TIPO PROVA/MATERIAL | Marmo | Mármore | Granito | ||||
Peso especifico – 50Kg/M2 | g/cm3 | 2,7 | 2,5 | 2,7 | |||
Carga a compressão | Mpa | 400 | 220 | 295 | |||
Resistência à carga | kg/cm2 | 475 | 170 | 150 | |||
Dureza de Vickers | kg/mm2 | 530 | 150 | 70-120 | |||
Escala de Mohs | 6,0~6,5 | 3~5 | 5,5 | ||||
Absorção de água | % | 0,02 | 0,30 | 0,17 | |||
Percentual de reflexo | % | 80 | 42 | 66 | |||
Resistência aos ácidos | 1%H2SO4 | 0,08 | 10,2 | 1,0 | |||
Resistência aos alcalinos | 1%N2OH | 0,05 | 0,30 | 0,10 | |||
Coeficiente de expansão | 25-100 °C 52 | 80-260 °C 30 | 50-150 °C 30 | ||||
Térmica | x10-7/°C | 25-400 °C 60 | |||||
Radioatividade | não | Tem | Tem | ||||
Resistência à água do mar | mg/cm2 | 0,08 | 0,19 | 0,17 | |||
Resistência ao gelo | % | 0,028 | 0,23 | 0,25 |